Seixal manifesta pesar pelo falecimento de Manuel Cargaleiro

O mestre ceramista que viveu para dar cor à pintura deixa "tanta vida" no concelho seixalense 

A Câmara do Seixal manifesta profundo pesar pelo falecimento do pintor e ceramista Manuel Cargaleiro. Natural do concelho de Vila Velha de Ródão, morreu este domingo, dia 30 de Junho, aos 97 anos de idade. Pintor, desenhador e ceramista, com fortes ligações ao Seixal, o mestre Manuel Cargaleiro é autor de uma obra que tem percorrido o mundo e um dos mais conceituados e internacionais artistas plásticos portugueses.
Parte do patrimônio do mestre foi entregue à Cãmara do Seixal

Com a Oficina de Artes Manuel Cargaleiro, o mestre regressou ao Seixal e, em particular, à Quinta da Fidalga, local de onde guarda memórias e vivências da sua infância e juventude, quando residiu na margem sul em virtude de o pai ter sido administrador da Cooperativa Agrícola de Almada e Seixal e o primeiro Provedor da Santa Casa de Misericórdia do Seixal.
Em 1999, foi distinguido pela Câmara do Seixal com a Medalha de Honra. Em 2018 é inaugurada, na Quinta da Fidalga, a Oficina de Artes Manuel Cargaleiro, uma homenagem ao artista e um equipamento cultural de referência, projetado pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira. Foi também atribuído o seu nome à Escola Secundária do Fogueteiro, em 1994, que passou a designar-se Escola Secundária Manuel Cargaleiro, e para a qual o mestre viria a criar um painel de azulejos.
Em Fevereiro deste ano, bens artísticos pertencentes ao mestre Manuel Cargaleiro foram doados à Câmara do Seixal, através do Termo de Doação de Obra de Arte assinado entre o artista e o Município do Seixal. São sete obras, no valor global de cerca de 500 mil euros, que foram doadas a título gratuito ao Município do Seixal.
Conhecido pela sua mestria na arte da cerâmica e pela vivacidade das suas pinturas, deixou uma marca indelével no panorama artístico, não apenas em Portugal, mas também a nível internacional. O seu trabalho, caracterizado por um uso vibrante da cor e uma sensibilidade única, sempre transcendeu as fronteiras da arte tradicional, enchendo de vida e emoção todos os espaços por onde as suas obras passaram.
Na Oficina de Artes Manuel Cargaleiro, na Quinta da Fidalga, foram exibidas várias exposições de sua autoria, como, por exemplo, A Essência da Forma, Entre o Seixal e Castelo Branco, A Essência da Cor e Gesto no Tempo, entre muitas outras.
Foi condecorado pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e da Ordem de Camões e, em França, mais concretamente em Paris, onde viveu grande parte da sua vida, recebeu a medalha de Mérito Cultural do Governo português e a Medalha Grand Vermeil, a mais alta condecoração da capital francesa.

Agência de Notícias 
Fotografia: DR 

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