Tudo bem no simulacro mas proteção civil revela que poucos têm um plano de emergência familiar
A vice-presidente da Câmara de Setúbal, Carla Guerreiro, fez um balanço positivo do simulacro de sismo que decorreu na manhã de 14 de Outubro na Escola Profissional de Setúbal, com o objetivo de testar procedimentos de segurança. “O resultado é positivo”, disse a autarca, depois de sublinhar que o exercício se realizou no âmbito do Dia Internacional para a Redução do Risco de Catástrofes, comemorado ontem e assinalado hoje em Setúbal com a realização de simulacros de sismo em todas as escolas públicas do concelho. Apesar disto, segundo um inquérito da proteção civil depois do tremor de terra do dia 26 de Agosto, 83 por cento, “não possui plano de emergência familiar”.Simulacro decorreu esta segunda-feira na Escola Profissional |
Os simulacros envolveram mais de 16 mil alunos de todo o concelho, tendo a vice-presidente da autarquia destacado a coordenação entre os agentes de proteção civil envolvidos, mas também a “disponibilidade e o empenho de todos”.
Enquanto nas escolas públicas do concelho os simulacros tiveram início às 11h10, na Escola Profissional de Setúbal o exercício teve início às 10h30, quando soou o alarme, tendo as regras de proteger, baixar e aguardar sido cumpridas pelos cerca de 400 alunos que mostraram ter a lição bem estudada.
Depois, e perante o sinal de perigo, foram acionados os mecanismos de segurança previstos aquando da ocorrência deste tipo de acidentes, com os alunos, professores e pessoal não docente a serem encaminhados, ordeiramente e por caminhos previamente estabelecidos, para os pontos de encontro localizados no exterior do recinto escolar.
Reunidas as condições normais de segurança, os estudantes voltaram novamente às salas, continuando as aulas.
De acordo com a vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro, no caso, em concreto, da Escola Profissional de Setúbal, o exercício foi realizado com seriedade pelos agentes envolvidos.
“Quero dar-vos os parabéns porque a maior parte de vocês levou isto muito a sério e é assim que tem de ser levado. Temos de compreender que quando estamos a fazer isto estamos na nossa cabeça a criar mecanismos para prevenirmos e reduzirmos danos, se eventualmente acontecer um sismo”, assinalou a responsável.
Os exercícios, coordenados pelo Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros e com a participação de outras áreas da autarquia, tinham ainda como objetivo proporcionar na prática a aquisição de mais e melhores conhecimentos, rotinas, procedimentos e medidas de autoproteção durante uma ocorrência sísmica.
É importante haver mais informação na comunidade
É importante reforçar a comunicação junto da comunidade |
Além de proporcionar na prática a aquisição de mais e melhores conhecimentos, rotinas, procedimentos e medidas de autoproteção durante uma ocorrência sísmica, Carla Guerreiro realçou que o exercício permitiu também testar a capacidade e a coordenação de pessoal docente e não docente.
“A Escola tem também de estar organizada de uma forma para que possa responder em caso de catástrofe” a questões como “quem é que corta a luz e a água, quem organiza as filas, quem é que vê se os alunos estão todos”, assinalou.
Após o simulacro, o coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros de Setúbal, José Luís Bucho, apresentou os resultados do questionário elaborado pela Câmara Municipal para recolha de contributos na sequência do sismo registado a 26 de Agosto de 2024 no sul de Portugal.
O inquérito, que esteve disponível na internet durante 34 dias, reuniu o contributo de 1171 respostas provenientes de diversas origens, com o objetivo de assegurar uma recolha de dados para a análise de vários parâmetros sobre o sismo de 26 de Agosto e para permitir a obtenção de informação de interesse para uso técnico futuro.
Os resultados revelam, segundo o coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros de Setúbal, que é “de primordial importância haver mais informação, maior contacto entre a comunidade científica e o público, para que a população conheça melhor a realidade sísmica e o risco que correm e, consequentemente tomarem as devidas precauções ou exercerem o seu direito de cidadania”. Além disso, a maioria dos inquiridos, 83 por cento, “não possui plano de emergência familiar”.
José Luís Bucho explicou ainda que 39 por cento dos inquiridos estava em Setúbal no momento do sismo e 79 por cento sentiu o tremor de terra.
Agência de Notícias
Fotografia: CM Setúbal
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