Precariedade extrema: Famílias inteiras vivem em espaços sem condições básicas
A investigação da SIC expõe a dura realidade de quase 200 quartos instalados em condições precárias numa garagem e em lojas comerciais. A exploração imobiliária esconde-se sob o manto da fé, enquanto centenas de pessoas pagam valores exorbitantes por alojamentos indignos no concelho do Seixal. Principalmente na Torre da Marinha e na Amora.![]() |
Famílias inteiras vivem em espaços sem condições básicas |
Mais de uma centena de pessoas vivem atualmente em condições insalubres numa garagem na freguesia da Torre da Marinha, onde chegam a pagar cerca de 400 euros por mês por quartos improvisados. O espaço, que deveria servir para estacionamento, foi transformado em habitação sem as mínimas condições de segurança e salubridade, revelou a Investigação SIC, esta quarta-feira, no jornal da Noite.
O negócio é gerido por um pastor evangélico, atualmente investigado por suspeitas de auxílio à imigração ilegal. Enquanto, à estação de televisão, alega estar apenas a oferecer abrigo a quem precisa, os lucros acumulam-se com as rendas cobradas mensalmente a dezenas de famílias, algumas com crianças pequenas. O mesmo acontece em lojas e outras garagens na Amora e Torre da Marinha.
A criação de uma igreja em Portugal é um processo acessível e isento de impostos sobre contribuições dos fiéis. No entanto, o arrendamento de espaços para habitação por parte de organizações religiosas levanta sérias dúvidas legais.
A Comissão da Liberdade Religiosa está a analisar o caso, ponderando se se trata de um ato de fé ou de uma estratégia para fugir ao fisco.
Veja aqui a Investigação SIC.
Falta de resposta eficaz e proliferação de esquemas abusivos
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Os preços abusivos das rendas atiram milhares para o desespero |
A precariedade habitacional é um problema crescente e tem levado ao surgimento de situações-limite como esta. Com os preços das casas e das rendas a atingirem valores insustentáveis, multiplicam-se os esquemas de arrendamento abusivo que exploram os mais vulneráveis.
A falta de intervenção eficaz do Estado permite que indivíduos e organizações lucrem à custa da miséria alheia, muitas vezes através de redes informais de alojamento que escapam a qualquer tipo de fiscalização.
A especulação imobiliária, a falta de regulação e a ineficácia do Estado têm vindo a agravar a crise da habitação em Portugal. Situações como a do Seixal demonstram como a ausência de políticas eficazes leva à exploração de quem mais precisa, enquanto o erário público continua a ser lesado em milhões todos os dias. Urge uma intervenção rápida e estruturada para travar este ciclo de abuso e injustiça.
A especulação imobiliária, a falta de regulação e a ineficácia do Estado têm vindo a agravar a crise da habitação em Portugal. Situações como a do Seixal demonstram como a ausência de políticas eficazes leva à exploração de quem mais precisa, enquanto o erário público continua a ser lesado em milhões todos os dias. Urge uma intervenção rápida e estruturada para travar este ciclo de abuso e injustiça.
Agência de Notícias
Fotografia: DR
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