Hovione acelera no Seixal: Fábrica de 200 milhões pronta a arrancar em 2027

Investimento vai criar cerca de 100 postos de trabalho qualificado 

A Hovione, multinacional farmacêutica portuguesa, está prestes a concluir a última fase da construção da sua nova unidade industrial no Seixal. O investimento de 200 milhões de euros prevê a entrada em funcionamento da fábrica em 2027, reforçando a capacidade produtiva da empresa a nível global. O projeto prevê a criação de pelo menos 100 postos de trabalho qualificados. 

Nova unidade da Hovione no Seixal está na fase final de construção


O projeto, que se estende por 40 hectares, foi anunciado em 2019, mas enfrentou desafios devido ao aumento da procura por mão-de-obra e materiais no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). No entanto, para o CEO da Hovione, Jean-Luc Herbeaux, este ajuste de tempo “não representa um atraso, mas sim uma adaptação à realidade do mercado”. 
A construção decorreu por fases. Primeiro, foram erguidas as infraestruturas de suporte, como acessos rodoviários. Depois, seguiram-se os edifícios e, agora, na etapa final, serão instalados os equipamentos necessários para a produção de substâncias medicamentosas e produtos farmacêuticos. O projeto prevê a criação de pelo menos 100 postos de trabalho qualificados.
A nova unidade será essencial para a expansão da Hovione em diversas frentes, incluindo a engenharia de partículas (spray drying), processo essencial na formulação de medicamentos. Com esta aposta, a empresa reforça a sua posição num mercado cada vez mais competitivo.
Com a inauguração do Campus Hovione Tejo, a empresa passa a operar em cinco unidades distribuídas por três continentes: Portugal (Loures e Seixal), Irlanda (Cork), EUA (New Jersey) e Macau. Enquanto a unidade do Seixal não está operacional, a empresa tem investido no aumento da capacidade produtiva nos EUA, onde o mercado farmacêutico continua em forte crescimento.

Estados Unidos como mercado estratégico

Hovione reforça a produção farmacêutica

Jean-Luc Herbeaux destacou que o mercado norte-americano representa cerca de 60 por cento das receitas da Hovione, sendo um território prioritário para a empresa. "A maioria das farmacêuticas lança-se primeiro nos EUA, onde a inovação é valorizada e o retorno do investimento mais rápido", explicou em declarações à Lusa.
Sobre o impacto das tarifas comerciais impostas pela Administração Trump, o CEO assegura que "ainda é cedo para avaliar as consequências", mas garante que a empresa está focada em manter o fornecimento estável aos seus clientes.
Com um olhar no futuro e uma forte aposta na inovação, a Hovione continua a consolidar a sua presença como um dos principais players da indústria farmacêutica global.
A Hovione é uma empresa química fina portuguesa, fundada em 1959 por Ivan Villax, investigador químico, empenhada no desenvolvimento de tetraciclinas e corticosteroides anti-inflamatórios. 

Agência de Notícias 
Fotografia: Hovione 

Comentários