Explorados na pesca: GNR faz três detenções por exploração laboral de imigrantes
A Guarda Nacional Republicana (GNR) está a levar a cabo uma operação de grande envergadura no distrito de Setúbal, centrada em Sesimbra e Almada, para combater a exploração laboral de imigrantes no setor da pesca. Até ao momento, três pessoas foram detidas e foram executados 41 mandados de busca em empresas, embarcações e escritórios. As autoridades estão a investigar crimes como angariação ilegal de mão de obra, fraude fiscal e falsificação de documentos.![]() |
Operação decorreu em Sesimbra e Almada esta terça-feira |
Desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira, mais de 130 militares da GNR, com apoio de diversas entidades, estão no terreno a cumprir mandados de busca. O alvo são empresas, escritórios de contabilidade, embarcações e armazéns onde se suspeita que migrantes eram forçados a viver em condições precárias, sem mínimos de higiene e segurança.
Os três detidos, dois homens e uma mulher com idades entre os 43 e os 62 anos, estão sob suspeita de liderar um esquema que explorava trabalhadores estrangeiros em atividades de pesca profissional, tanto costeira como local. Segundo fonte da GNR, cerca de 20 imigrantes oriundos de África e da Ásia foram identificados como vítimas deste esquema.
A investigação teve início em Dezembro de 2023, após uma reestruturação do Sistema Português de Fronteiras, que reforçou a fiscalização da permanência de cidadãos estrangeiros em Portugal. Durante as ações de controlo, foram descobertos armazéns convertidos em alojamentos clandestinos, o que levou ao aprofundamento das investigações sobre as condições de vida e trabalho destes imigrantes.
Condições desumanas expostas
Em comunicado, a GNR confirmou que a operação está a ser coordenada pelo Departamento de Investigação e Ação Penal Regional de Évora e que investiga vários crimes, incluindo a falsidade informática e a fraude fiscal.
A situação das vítimas, que viviam em condições indignas e eram obrigadas a trabalhar em situação de extrema vulnerabilidade, levanta sérias preocupações sobre o trabalho forçado e o tráfico de seres humanos em Portugal. As autoridades garantem que a investigação continuará para identificar mais responsáveis e dar apoio às vítimas.
Agência de Notícias
Fotografia: CM Sesimbra
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